Lareiras e Calefatores

No inverno. de manhã bem cedinho, nada mais agradável que acender a lareira e desfrutar do calor e da beleza daquele fogo.
Mas nada mais desagradável quando uma lareira fica botando fumaça para dentro de casa.
Algumas o fazem dependendo da direção do vento. Pode ser um problema de uma chaminé muito baixa, ou pior ainda, um defeito no que chamamos "câmara da fumaça" ou garganta da lareira.
Minha lareira permite usar lenha de 1/2 metro de comprimento e uso a metade de eucalipto (que faz mais brasas e dura mais) e o resto de acácias, que acende mais rápido e faz boa labareda, quando seca (mas não em demasia).

Em países com invernos rigorosos tais como Estados Unidos, Canadá, países Europeus, Argentina, Chile e sul do Brasil, nada melhor que um Calefator. Aqueles de tamanho pequeno permitem ser instalado num dormitório.

Estrutura de uma lareira convencional
Vejamos um exemplo de estrutura interna de uma lareira, na ilustração a seguir, tirada da Internet em http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2005-2/lareiras/lareiras.html#gerais.



E como ela funciona?
O ar frio desce pelo interior da chaminé através das suas paredes mais externas. Desce até chegar naquela estrutura arredondada (mostrada numa linha verde na ilustração a seguir), na parte inferior da câmara de fumaça. Ali o ar frio faz uma volta e é remetido para cima e para o meio da chaminé, onde é arrastado pelo ar quente aquecido pelo fogo, arrastando junto a fumaça.

Numa lareira comum, aquela área mostrada numa linha vermelha é geralmente sólida. Mas numa lareira da fazenda do Álvaro Felix Lopes, na zona do Cerrito, em Jaguarão, ele mandou fazer uma câmara em chapas de ferro bem grossas, de modo a ficar uma câmara oca, conforme mostra a ilustração adiante, na cor rosa.

 Na parte inferior dessa lareira, tem um canos galvanizados (mostrados na ilustração a seguir na cor azul claro), por onde entra o ar frio (linha amarela). Esse ar é aquecido pelo calor do fogo naquela câmara de chapa de ferro, mostrada na cor rosa. O ar quente sobe e sai por aquele cano mostrado em linhas vermelhas e linha laranja, saindo na sala de trás da lareira, aquecendo esse ambiente.

Antigamente aproveitava-se o calor do fogo a lenha em fogões e salamandras para promover o aquecimento de água usando canos ou serpentinas de cobre. Alguns Calefatores e fogões a lenha já possuem essa estrutura de aquecimento.

Esta postagem foi feita em 2013 e agora estou fazendo uma atualização.
Atualmente estou construindo uma lareira em alvenaria em minha casa nova no Condomínio Veredas (Pelotas, RS). Pesquisei no Google e obtive as dimensões (incluindo as fórmulas), mostradas na ilustração a seguir. Faça uma busca no Google.
Importante o desenho do Registro, que permite economizar lenha.

Existem muitos modelos como por exemplo a mostrada na ilustração a seguir
http://www.metamold.com.br/images/Produtos/lareira07.jpg

Na planta acima vemos o recanto onde será construida a lareira, aproveitando aquele duto retangular ornamental (63 x 92 Cm) do projeto do arquiteto André Cardoso, para ser usado como a chaminé, em alvenaria.

Atualmente é frequente o uso de lareiras construídas em ferro (ver CALEFATORES) possuem uma grande capacidade de irradiação de calor. Veja o vídeo Youtube do site da Bosca, no Chile www.youtube.com/watch?v=X1jBqi9drss e Activa Mujer 90 - Calefação Ideal para teu Lar - www.youtube.com/watch?v=WZja78pnGUk


Veja um belo exemplo no site da Indecorat em http://www.bemparana.com.br/casaemverso/2012/08/23/lareiras/indecorat-com/.

A estrutura metálica do calefator e seu cano constituem uma ótima fonte de irradiação do calor do fogo. Existem modelos importados de Portugal pela empresa Super Pedras daqui de Pelotas que, em vez da porta de abrir convencional,ela usa um sistema de guilhotina.

Na ilustração anterior vemos o controle da entrada de ar - alimentação do ar primário.

Funcionamento do Calefator

Está muito bom o site da Labrofuego http://www.labrofuego.com.br/apresentacao.htm
A caixa de fogo (interior do calefator) se divide em duas câmaras:

1) A base da caixa de fogo (onde se coloca a lenha) recebe o nome de 1ª câmara. O fogo proveniente da queima da lenha recebe o nome de 1ª combustão.

2) Na parte superior da caixa de fogo é instalado um templador, peça retangular com perfurações que permitem a entrada de ar secundário (trazido através de um duto do exterior do calefator para o interior do templador). O templador recebe o nome de 2ª câmara. Os gases combustíveis liberados da queima da lenha, somados ao ar secundário (que entra pelo templador) e à alta temperatura interior, incendeiam-se na forma de linguetas de fogo de cima para baixo, reação conhecida como 2ª combustão.

A dupla combustão permite uma maior duração da lenha, pois este processo retarda a combustão. Importante destacar que a partir de um só combustível, neste caso a lenha, se obtém duas combustões: uma provocada pela queima da lenha (1ª combustão) e outra provocada pela queima da fumaça (2ª combustão).

O tijolo refratário, presente na maioria dos modelos, permite otimizar a concentração de calor dentro da caixa de fogo, ajudando a uma 2ª combustão mais efetiva.

A alimentação do ar primário (utilizado na 1ª combustão) é regulável, permitindo uma maior potência calórica com um consequente maior consumo de lenha ou uma menor potência calórica com um menor consumo de lenha. Mesmo regulado para a máxima potência calórica, o consumo de um calefator à lenha é extremamente inferior se comparado ao de uma lareira tradicional.

Como esquenta um Calefator à Lenha?

O aquecimento do ambiente acontece de duas formas:

1) Radiação: calefação pelo simples efeito de entregar por meio de seu corpo o calor que libera da combustão da lenha, sistema pouco eficiente de calefação por si só, porque o ar quente é mais leve e fica retido no teto dos ambientes.

2) Convecção: calefação muito eficiente já que toma o ar frio que circula ao nível do solo (mais pesado), o faz circular entre as paredes interna (caixa de fogo) e externa (calefator), esquentando e logo projetando ao interior do ambiente, esta circulação e renovação de calor do ar do ambiente acontecerá enquanto o calefator estiver aquecido (com fogo ou brasa). A convecção permite deslocar o calor retido pela radiação e o colocar em contínuo movimento. Com essas características, o calefator à lenha pode entregar ao ambiente 80% do potencial de calor da lenha enquanto as lareiras tradicionais entregam por volta de 20%.

Deve-se usar lenha com pouca resina e com umidade inferior à 25%. No Brasil, o eucalipto e a bracatinga são ótimas opções principalmente por serem madeiras de reflorestamento. O famoso Nó-de-Pinho, conhecido por sua durabilidade quando utilizado em lareiras tradicionais, NÃO é indicado para queima em calefatores à lenha. 

 
Algumas ferragens vendem modelos mais tradicionais. Procure escolher aqueles que possuem uma chapa mais grossa.

LENHA e DEPÓSITOS
Quem tem lareira a lenha, deve providenciar um depósito protegido da chuva, pois nada pior que ter que usar uma lenha molhada.
Que compra lenha por metro cúbico, é bom que esse depósito tenha dimensões que facilite conferir se a metragem recebida está correta. Eu uso lenha de 1/2 metro de comprimento e meu depósito tem 1 m de altura por 2 m de largura - 1 metro cúbico de capacidade. Ele fica em baixo da churrasqueira.

Aqui no Rio Grande do Sul, pode-se comprar lenha de Eucalipto, que faz mais brasas e dura mais (o ideal é que ela tenha 6 meses de corte, evitando que seja de um corte mais recente, ficando verde, ou com maior tempo, ficando demasiado seca). Já a lenha de Acácias, levanta fogo mais rápido, e por isso uso-a misturada junto com a de eucalipto.

Lareira A GÁS
Mais recentes são os modelos de lareira a gás, apropriados para apartamentos, onde não podemos construir canos e chaminés. Faça uma busca no Google indicando a palavra "Lareiras" e poderá obter belos exemplos como os mostrados a seguir obtidas no Denunciar Imagens.